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24 de mai. de 2012

American Horror Story



Só esse ano assisti mais séries do que já assisti durante toda minha vida - é sério. Após minha prima me recomendar Once Upon a Time, dei uma olhada nos sites sobre o assunto e acabei me esbarrando com a série American Horror Story. O santificado torrernte baixou os 12 episódios em uma madrugada e na manhã seguinte comecei a assistir.

Fiquei um dia inteiro assistindo aos episódios - não pense que eu não tinha mais nada para fazer. Muito pelo contrário. É que procrastinação é uma coisa que sei fazer muito bem. Como agora, em que deveria estar fazendo um trabalho de Linguística e estou aqui escrevendo essa entrada.

Pra mim, que já conheço muitas histórias de terror, American Horror Story não tem nada de pioneiro ou extraordináriamente inédito. Ainda assim a qualidade técnica me chamou bastante a atenção. E também fazia algum tempo que não assistia uma história com um terror mais 'clássico' o que corroborou para meu fascínio pela série. Quem é fã de O Sexto Sentido e Os Outros, com certeza vai gostar. Enfim, farei uma resenha sobre American Horror Story e espero que vocês se sintam motivados a assistirem também. Clique em "mais informações" e divirtam-se.




Por onde começar? Pelo começo. American Horror Story é uma série de terror-drama da FX que começou a ser transmitida em outubro de 2011. Conta a história da família Harmon, que é composta pelo psiquiatra Ben (Dylan McDermott), sua esposa Vivien (Connie Britton) e sua filha Violet (Taissa Farmiga). Depois que Vivien teve um aborto espontâneo e descobriu que o marido tinha tido um caso com uma aluna a família decide se mudar de Boston para Los Angeles e tentar um recomeço. Infelizmente eles se mudam para uma casa muito antiga e com muitos segredos.

A abertura é uma mistura de True Blood com The Walking Dead e algum trabalho do diretor Vicent Marcone acompanhada por uma música que poderia muito bem ter sido tirada direto de algum jogo da série Silent Hill. É bastante perturbadora.



Os personagens são Ben, um psiquiatra relapso que não resolve os problemas de ninguém, principalmente os da própria família. Vivien é a esposa traída que tenta, sem muito sucesso, encontrar uma forma de perdoar a infidelidade do marido e superar o trauma pós-aborto e a crise de meia idade. A filha do casal, Violet, é a típica adolescente problemática que não se encaixa em lugar nenhum maníaca-depressiva que fica se cortando com navalha.

Completando o quadro de personagens temos Tate (Evan Peters), um adolescente problemático que está se tratando com Ben e que sonha em invadir a escola e atirar em todo mundo - lógico que ele tinha que se apaixonar por Violet. Constance Langdon (Jessica Lange) é a vizinha cleptomoníaca que sonhava em ser estrela de cinema quando jovem e que teve o sonho destruído após engravidar e ter quatro filhos, a maioria com problemas físicos ou psicológicos (como Adelaide, que tem síndrome de down). E fechando a lista de personagens principais temos Moira O'Hara (Frances Conroy), a governanta da casa que já trabalhou com vários dos moradores precedentes aos Harmon. Moira é vista por Vivien e Ben de maneiras diferentes: ela, como uma senhora e ele como uma jovem com roupa fetichista de empregada.

As atuações são um dos pontos mais altos da série. Eles conseguem ter uma naturalidade. A atriz Jessica Lange suporta boa parte do fardo da atuação de forma esplêndida: tem uma personagem com uma história conturbada e consegue manejar a situação de maneira que sua Constance não se torna uma vilã, mas uma pessoa cheia de rancor e frustrações devido a uma vida cheia de privações. Evan Peters também não faz feio e retrata muito bem um adolescente cheio de distúrbios psicológicos com repentina mudanças de humor.

American Horro Story apóia se nos pilares de Tanatos e Eros, pulsão de vida e pulsão de morte. A morte e o líbido estão sempre muito presentes. Os personagens vivem em uma antiga casa assombrava por fantasmas de pessoas que morreram ali em diferentes épocas. Alguns dos fantasmas são mães que perderam os filhos e agora vagam em busca de seus bebês. Quando Vivien engravida, as coisas ficam ainda mais perigosas a cada minuto que ela passa dentro da casa.

No geral, os fantasmas possuem uma aparência normal, com exceção em alguns casos - e nessas exceções o trabalho com a maquiagem é exímio. Cada episódio começa com um flashback de algo que aconteceu na casa e nisso passamos por diversas épocas, desde a década de 60 até os dias atuais. E a caracterização dos personagens é algo muito bem feito. Uma combinação de figurinos e maquiagens que remetem muito fielmente ao clima da época em que os flashbacks se passam.

A direção é meticulosa. Câmeras inquietas, sempre girando, sempre em movimento, dando zooms, embaçando, desfocando, não enquadrando direito, closes intimistas, diversos corte sucessivos que deixam o espectador atordoado. A fotografia é um caso à parte. É quase impossível dizer se algumas cenas se passam de dia ou de noite pois nunca há luz dentro da casa. Na verdade, momentos iluminados são raros na série. A maior parte do tempo é tudo sem luz, reforçado pela cor escura dos móveis e da madeira da casa

A história se desenvolve em um rítmo dinâmico, não enrola nem vai muito rápido. Em poucos minutos você já se envolve e começa a tentar adivinhar quem está vivo e quem está morto. Muitas vezes é bastante fácil prever o que vai acontecer, ainda assim a série consegue ter momentos de revelação incríveis (teve um nos últimos episódios que me deixou de queixo caído - não se preocupe, sem spoilers aqui).

A trilha sonora não se destaca tanto. A textura sonora parece ecos de trilhas sonoras de filmes de terror clássicos, a todo momento é um dejavu auditivo. Tem até The Killers Song. E quase sempre que a Violet aparece é certo que alguma música muito maneira vai tocar.



A primeira temporada de American Horror Story tem 12 episódios e já foi renovada para mais uma temporada. De acordo com diretor e produtores, a segunda temporada vai ter 13 episódios e não vai ser uma continuação da primeira, mas uma espécie de prelúdio onde retorna apenas os personagens de Jessica Lange, Evan Peters, Lily Rabe (que interpreta Nora Montgomery, a primeira moradora da casa) e deve ser protagonizado por Zachary Quinto (que interpreta Chade, o último proprietário da casa antes dos Harmon). A segunda temporada provavelmente vai se passar no manicômio onde Vivien é internada durante alguns episódios e deve servir para amarrar algumas pontas soltas deixadas pela primeira temporada.

Um comentário:

  1. Assisti o primeiro episódio há alguns meses. Como te disse, adorei os primeiros minutos. Os cortes, os cenários, o jeito que foi filmado...sei lá, é tudo muito perturbador, bonito e interessante.

    Mas acho que forçaram um pouco. Tentaram impressionar com certas cenas e acabou ficando forçado e sem nexo. A garota lá, por exemplo, só faltou falarem que é prostituta tbm, pq de resto... Acho que ñ precisavam querer impressionar tanto assim. Isso me desanimou de assistir a série. Mas tentarei ver, pelo menos ñ é tipo Supernatural.

    (ñ sabia que era a Jessica Lange O.o / Pensei que a Tassia Farmiga fosse filha da Vera Farmiga...)

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