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18 de fev. de 2015

CRÍTICA: Constantine

Terminou a primeira temporada de Constantine, a nova série da emissora americana NBC, baseada no personagem criado por Alan Moore, John Constantine, da série de história em quadrinhos Hellblazer.

O personagem é bastante querido pelos fãs de histórias em quadrinhos e já havia ganhado uma adaptação para o cinema em 2005 estrelada por Keanu Reeves. Sua série de TV foi aguardada com ansiedade e as expectativas eram altas, mas será que o que foi entregue nas telinhas correspondeu às expectativas?


Preciso deixar claro que não li as HQs de Hellblazer, e ainda nem consegui ver o Constantine de figurante em A Saga do Monstro do Pântano, onde ele apareceu pela primeira vez. Então meu conhecimento sobre ele se baseia em leituras sobre o personagem e no filme de 2005.

Comecei a assistir a série quando ela já estava em seu 5° episódio e depois fui seguindo semanalmente. Logo nos primeiros episódios já senti uma certa fraqueza na produção que depois parece ter sido amenizada.

A caracterização do ator Matt Ryan como John Constantine é ótima, ele soube encarnar o detetive exorcista além de ter a aparência. Harold Perrineau como Manny tem um ar sobrenaturalmente assustador com as lentes de contato e é graças a ele que, no primeiro episódio, temos uma das cenas mais memoráveis de toda a temporada, com ele paralisando o tempo. A atuação no geral é boa. O elenco faz tudo direitinho, nada extraordinário como as atuações de American Horror Story, mas o próprio ritmo de Constantine não permite que os atores façam algo além do normal.

John Constantine foi um pioneiro do gênero nas história em quadrinhos em Hellblazer, um dos principais personagens do selo voltando ao público adulto Vertigo, da DC Comics. Entretanto, na TV, Constantine chega depois de mais de 30 anos depois de sua criação e nesse período muita coisa já foi feita nas telinhas.

É impossível não assistir Constantine sem comparar com Supernatural, da The CW e isso é o ponto mais fraco da série. Constantine parece um eco de Supernatural, tudo que que foi feito ali já havia aparecido em Supernatural, o que dá uma constante sensação de dejavu.

Apesar de lembrar uma sombra pálida de outros shows, existe momentos marcantes, a maioria protagonizado pelos anjos, como a já mencionada cena do primeiro episódio onde Manny para o tempo ou no sétimo episódio, intitulado "Blessed are the Damned", onde todas as cenas em que a anjo Imogen aparece são belíssimas, com menção honrosa para o figurino.

Acredito que para a série ganhar mais originalidade devia ter optado por um visual mais estilizado, cartunesco até, com cenários mais restritos, algo meio teatral e apelar um pouco para o absurdo, como na cena que ele conversa com um defunto, misturando o bizarro e o cômico.


 
Por fim, o futuro da série é incerto. O horário em que foi transmitida prejudicou bastante: na madrugada de sexta-feira. A recepção do público foi positiva enquanto a crítica especializada ficou dividida. Tudo indica que a série está "cancelada" com boatos de que será continuada por outra produtora sob o novo título de Hellblazer.

Constantine merece mais uma chance. Da metade pra frente da temporada a série estava encontrando seu ritmo e tom e começava a ganhar público. Se conseguirem combinar o tom sombrio com o humor sarcástico do personagem ainda pode sair muita coisa boa daí.