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6 de jan. de 2022

De volta ao Santa Luz - Natan Caetano

 O segundo livro do ano também é escrito por um conhecido meu. Mais um dos livros que ficou um bom tempo esperando na estante até eu terminar de por os da TAG em dia. E agora acho que eu podia tê-lo lido antes porque foi uma leitura agradável e bem rápida. Me levou só três dias mesmo sendo consideravelmente grandinho. 


O livro se chama De Volta ao Santa Luz, escrito por Natan Caetano, e a história começa com Fernando indo a uma festa de confraternização de sua turma do colegial. O personagem é gay e demorou para se assumir e não teve uma boa relação com as pessoas da escola. Ao final da festa, voltando para casa, ele deseja voltar para a época de escola tendo o conhecimento sobre a vida que tem agora. E o desejo é concedido por uma estrela cadente. Na verdade esse primeiro capítulo é bem desnecessário para a obra de forma geral. No segundo capitulo Fernando acorda num dia de férias ainda com seus 15 anos: não existe nenhum estranhamento, ele não fica confuso. Tudo se resolve com ele tendo uma sensação de que teve um sonho. E a partir daqui vemos ele tendo algumas atitudes na escola diferente do que aconteceu na linha temporal original. 

Fernando decide peitar dois bad boys da escola. Se torna popular por isso e depois cai numa chantagem deles. A história é uma eco da história do Eric Effiong e Adam Groff no seriado Sex Education. Fernando se apaixona por Giovanni. O bad boy dá liberdades sexuais para Fernando e um romance fadado ao fracasso acontece. 

No nível de história, a narrativa não me diz nada. Não toca em nenhuma corda dentro de mim, não me parece original, não me ensina nenhuma lição, enfim, não dialoga comigo. Para adolescentes gays, para esse nicho bem específico, a história pode ser muito emocionante. Mas para esse público apenas. 

Nesse último ano li A Última Parada, da autora Casey Mcquiston. Fala sobre um casal lésbico de adolescentes se descobrindo. Mas o livro vai além disso. É uma ótima comédia com um panteão de personagens exóticos: drag queens, um grupo de jovens cada um com sua peculiaridade e estranheza. O absurdo da história em si: uma das garotas está presa na Linha Q do Metrô de Nova Iorque desde a década de 70 sem saber como acabou presa lá e sem lembranças do seu passado. E a história também se torna um romance de detetive. E é a falta de ser algo mais do que um romance gay que faz De Volta ao Santa Luz ser muito limitado.

No que a história se limita, ela se salva na forma de narrar do autor. É um texto bem fluido, conciso sem ser seco. Tem um ritmo muito agradável ao ponto de eu terminar as mais de 300 página em três dias sem nem sentir.  

NOTA : 3/5

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