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8 de jul. de 2012

Clássico Oitentista #1: O Clube dos Cinco

Você que nasceu nos idos dos anos 80, com certeza já assistiu aqueles pastelões todos da Sessão da Tarde. Eu mesma só vim a conhecer muitos filmes dos anos 80 que adoro através dela (acho que a única coisa televisiva brasileira que realmente acrescentou algo na minha vida, mas enfim...). Se você, como eu, já passou suas tardes pós-escola assistindo a Sessão da Tarde, um dia deve ter visto o filme Curtindo a Vida Adoidado. ("Tá, pera... Mas não era O Clube dos Cinco?" Calma!)

Curtindo a Vida Adoidado, que vai merecer um post só dele e que você com certeza já viu (lembra daquele filme da parada no meio da rua com Twist And Shout dos Beatles? Esse mesmo.), é um dos filmes mais bem-sucedidos do diretor americano John Hughes. Hughes era um mestre na arte de entender exatamente o que se passava com os adolescentes: ele pensava como um e conseguia passar todas as neuras e problemas pros seus roteiros. E um, dentre os inúmeros que ele escreveu, que conseguia mostrar bastante a problemática de ser adolescente foi O Clube dos Cinco.

Pra não dar muito spoiler e deixar você se divertir com os acontecimentos desse filme divertidíssimo, a estória é a seguinte: cinco estudantes aprontaram, cada um algo diferente, na escola, e têm de passar o sábado inteiro em detenção. São eles: Claire, a princesa; Andrew, o atleta; Bender, o 'marginal'; Allison, o caso perdido, e Brian, o cérebro. Nenhum deles se dá muito bem nem tampouco se conhecem a fundo, com exceção dos dois populares, a princesa e o atleta. O filme começa com uma baita tensão já vinda do diretor da escola, Sr. Vernon, que já deixa claro que não quer ninguém nem respirando mais alto e que eles têm de fazer uma redação gigantesca dizendo quem eles eram. De início todos se sentem completamente deslocados, afinal ali ninguém se conhece direito e de bônus ainda terão de passar quase 8 horas juntos sob o mesmo teto. Conforme o tempo vai passando eles começam a tentar uma aproximação, e geralmente todas as tentativas de conversa (embora mais para bullying do que qualquer outra coisa) partem de Bender. Bender é tão carismático que passa a virar meio que um queridinho dos outros quatro, a ponto de acobertarem ele em todas as coisas erradas que ele faz. As horas passam e um começa a querer conhecer mais do outro, entender porque foram parar lá, como pensam, o que sentem. Isso culmina na cena mais sensacional do filme, com todos sentados num lugar da biblioteca onde estavam cumprindo a detenção, botando para fora todos os seus problemas e questionando exatamente o porquê de ninguém ali poder ser amigo e se falar na outra semana. A música tema do filme Don't You (Forget About Me) (em português, 'Não Se Esqueça de Mim') dos Simple Minds foi inspirada nessa questão: será que vocês vão esquecer tudo o que se passou nesse sábado e virar as costas um pro outro?

Cena clássica (se viu, lembrou qual filme é?).

Hughes nunca deixou bem claro o que se passou depois daquele sábado de detenção. Há quem especule que todo mundo tenha até conseguido virar amigos, outros dizem que isso é impossível visto que cada um ali faz parte de uma 'panelinha' diferente. Tendo conseguido vencer as diferenças ou não, tendo virado amigos ou não, o lance é que no final bate uma certa tristeza porque você com certeza vai se identificar com algum deles e chorar com eles. Provavelmente vai se lembrar daquele tempo na escola em que você quis se encaixar num grupo sem muito sucesso e vai ficar pensando "Será que eles conseguiram?"

Para quem adora filmes dos anos oitenta, em especial os roteiros mais teens do Hughes como eu (e olha que já estou com quase 28 anos), essa é uma ótima pedida e com certeza você não vai se arrepender de nenhum minuto. Tem drama, tem comédia, tem ótimas atuações, e acima de tudo, tem profundidade. Cada personagem ali é explorado em toda sua essência, sem superficialidade nenhuma, e é isso que faz de John Hughes um dos gênios da temática adolescente, sem parecer idiota como a maioria dos roteiristas e diretores atuais, que vêem a adolescência como algo bobo, onde a menininha sensível sempre termina com o gostosão da escola. Assista, e tire suas conclusões.

Deixo com vocês a música tema, para seu deleite!

Um comentário:

  1. Acabei de assistir. O filme é maravilhoso, muito emocionante.

    Provando que filme não precisa ter todos os carros de uma avenina explodidos e 10 prédios derrubados para ser bom.

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