Está se espalhando como praga de gafanhoto em plantação de trigo. Como se não bastasse a playlist de sexta-feira, agora temos a playlist especial. Eu explico melhor:
Semana passada não teve a Playlist da Semana, pelos motivos que expliquei sexta-feira. Isso me deu a oportunidade de por em prática algo que eu estava planejando a algumas semanas: publicar uma playlist especial com um artista específico (muito útil para conhecer artistas que já possuem uma discografia maior). Como faltou a da semana passada, achei que seria ideal repô-la com essa playlist especial.
O artista escolhido foi ninguém menos que a diva Kate Bush. Não é à toa que ela é minha artista favorita, não é à toa que meu TCC é sobre ela, não é à toa que ela é quem ela é.
Nessa playlist selecionei duas canções de cada álbum dela por ordem de lançamento para tentar dar uma visão do que se pode esperar da Kate. De bônus coloquei a música Lyra, tema do filme A Bússola de Ouro. Clique em "mais informações" para conferir a playlist e uma breve biografia dessa ícone da música.
Kate Bush em imagem promocional para o álbum Director's Cut, de 2011. |
Kate Bush foi descoberta pelo guitarrista do Pink Floyd quando ela tinha uns 16 anos, isso lá em 1977. Nos dois anos seguintes ela se dedicou a compor, treinou a voz, o corpo e aos 18 anos lançou seu primeiro álbum, The Kick Inside, e já ganhou reconhecimento e é capaz que sua música mais famosa seja Wuthering Heights até hoje. O álbum foi um sucesso e no mesmo ano ela lançou Lionheart (o que foi fácil, já que ela tinha composto cerca de 200 músicas durante seu período preparatório para ir pro estúdio).
Kate chamou a atenção por sua sonoridade diferente, meio rock com pegadas pop, uma voz expressiva e letras abordando temáticas incomuns de maneira poética. Em 1980 ela lança o álbum Never For Ever - dessa vez o álbum foi composto e produzido por ela, ganhando a personalidade da cantora.
A temática do álbum era vasta e em muitas canções havia uma historinha sendo contada: em Babooska uma esposa sentindo se mal-amada pelo marido decide testar a fidelidade dele; The Wedding List, inspirada no filme The Bride Wore Black, narra a saga de uma esposa que tem o marido assassinado no dia do casamento e então a viúva decide ir atrás do assassino para dar o troco; The Infant Kiss foi inspirada no filme The Innocents, que por sua vez é a adaptação do livro A Outra Volta do Parafuso. Uma história de suspense sobre uma governanta que tem que cuidar de duas crianças que estão sob a influência de dois fantasmas que moraram na mansão anteriormente - a canção é muitas vezes dita como uma história sobre um amor pedófilo; Army Dreamers é sobre os jovens soldados da Segunda Guerra Mundial que morreram em campo de batalha tendo toda uma vida desperdiçada e Breathing conta a história de uma criança, ainda na barriga da mãe, morrendo em uma explosão de uma bomba atômica. Já ficou bem claro que Kate não é uma cantora convencional, né?
The Dreaming só pode ser classificado com as palavras da Kate: "fiz um álbum louco". Além das temáticas estranhas, Kate somou uma produção maluca levando o álbum a um outro nível. Na canção Leave it Open, por exemplo, ela cantou, gravou, inverteu, cantou o que ouviu, gravou, inverteu novamente, criando uma sonoridade toda distorcida e bizarra. A produção do álbum foi algo tão complexo e levou tanto tempo que a fortuna que ela gastou para terminar o disco fez a cantora decidir por construir um estúdio na própria casa para não ter tanta despesa na produção do próximo trabalho.
Hounds of Love já foi produzido no estúdio em sua casa - e isso influenciou bastante o processo criativo. As canções têm um tom bem mais íntimo e acolhedor. Se não me engano, foi o álbum mais vendido da cantora. Kate tratou o lado A e B do vínil como trabalhos separados: enquanto o lado A tinha músicas falando sob diferentes tipos de amor, o lado B era conceitual e contava a história de uma mulher naufragada no meio do mar tentando, com todas suas forças, não se afogar. Quando ela pensa em desistir o passado, presente e futuro dela vem a mente como um filme. A coisa é tão interessante que eu decidi fazer uma análise dessa história no meu TCC.
Depois ela lançou The Sensual World e The Red Shoes, dois álbuns mais "maduros" e sonoramente mais comportados. E então ela se "aposentou" para construir a família e tudo o mais. Teve filho, já estava milionária... deixou os fãs na saudade. Até que depois de 12 anos decidiu voltar com tudo.
Lançou o álbum Aerial em 2005. Um álbum duplo com canções inéditas. A maioria delas haviam sido compostas durante o hiato e outras se tratavam de material que sobrou de álbuns antigos. Em 2007 compôs a canção-tema do filme A Bússola de Ouro e sumiu até 2011, quando lançou Director's Cut, um álbum com regravações de The Sensual World e The Red Shoes, canções as quais ela disse estar insatisfeita e achava que mereciam uma produção nova. Realmente, passei a gostar desses dois álbuns só depois dessa coletânea de regravações. Ainda em 2011 ela lançou 50 Words for Snow, um álbum de canções inéditas e o de maior duração de sua discografia, embora seja o que tem menos canções.
Muito sumarizado, essa é a trajetória da carreira da Kate Bush. Pra vocês terem uma ideia, tem gente que escreveu livros enormes sobre a história dela... o que quero dizer é que isso tudo o que escrevi é apenas um contorno disforme e pálido do que é essa artista. Aconselho a baixarem a discografia e aí vocês entenderão o que eu quero dizer.
- Wuthering Heights - The Kick Insite
- Strange Phenomena - The Kick Inside
- Don't Push Your Foot on the Heartbreack - Lionheart
- Hammer Horror - Lionheart
- The Wedding List - Never for Ever
- Breathing - Never for Ever
- Sat in Your Lap - The Dreaming
- Houdini - The Dreaming
- Hunning Up That Hill - Hounds of Love
- Hounds of Love - Hounds of Love
- The Sensual World - The Sensual World
- This Woman's Work - The sensual World
- Eat the Music - The Red Shoes
- Rubberbad Girl - The Red Shoes
- How to Be Invisible - Aerial
- Sunset - Aerial
- Deeper Understanding - Director's Cut
- Moments of Pleasure - Director's Cut
- Wild Man - 50 Words for Snow
- Misty - 50 Words for Snow
- Lyra - The Golden Compass Soundtrack
Adorei! Amei Hammer Horror, ela tem uma suavidade incrível, esses falsetes dela são ótimos, adorei a música/voz dela!
ResponderExcluirAdorei! Amei Hammer Horror, mostra bastante a suavidade na voz que ela tem, adorei mesmo, tanto como artista, música, e voz!
ResponderExcluirKate é minha segunda cantora favorita, só vem atrás de Björk rsrs
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